Em 2018, o Brasil estava em ano eleitoral, a maquina do governo Temer destruindo os direitos da sociedade civil e trabalhadora, Marielle Franco morta, uma onda de direita e extrema direita tomando o mundo todo e uma elite do atraso cada vez mais poderosa.
O PT estava com a sua maior liderança: Lula, preso injustamente em Curitiba condenado por um crime que não cometeu, após 5 anos de difamação, mentiras e calúnias espalhadas pela Rede Globo de televisão e os outros veículos da mídia que endeusavam a figura de Sergio Moro. Ainda assim, Lula liderava as pesquisas com até 40% dos votos totais.
Desde o Golpe de 2016, que arrancou da presidência Dilma Rousseff, mulher guerreira, eleita e reeleita respectivamente em 2010 e 2014, contra o jogo sujo e duro dos tucanos José Serra e Aécio Neves, a elite se firmou como força dominante do país, porém eles não esperavam pelo monstro que criaram.
Após anos de mentiras e ódio, junto com a queda de Aécio Neves em 2017 devido a um escândalo (até então ele era o virtual candidato do partido a presidente). Surgiu a figura extremista de Jair Bolsonaro, que se tornou a representação do ódio e negação a política, ele capitou os eleitores do PSDB e centro e os somou aos seus radicais.
Na hora da eleição, o líder das pesquisas Lula, foi impedido de concorrer após uma infeliz decisão do TSE, o PT substituiu Lula por Fernando Haddad, ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo.
Bolsonaro sofreu um atentado em 6 de setembro, com isso foi impossibilitado de participar dos muitos debates restantes, os candidatos das elites: Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) amargaram uma humilhante derrota, o primeiro colocado na votação de primeiro turno foi Bolsonaro, com 47% dos votos validos, após uma forte presença nas redes sociais, seu então partido, o PSL, elegeu 4 senadores e 54 deputados, a segunda maior bancada da câmara, atrás apenas da do PT que elegeu 55 deputados e 6 senadores.
Falando no PT, Haddad conseguiu o segundo lugar, com o apoio de Lula no horário eleitoral, ele saiu da votação com 30% dos votos (no início da campanha, ele tinha apenas 3%, com esses números nós descobrimos a força de Lula), se iniciou o segundo turno.
Durante o segundo turno, Bolsonaro usou o seu atentado para fugir dos debates e Haddad começou a sofrer ataques nas redes sociais, a maioria fake news, seu nome foi associado a ditadura da Venezuela. Ciro Gomes, que terminou o primeiro turno com 12% dos votos, sabendo do risco que Bolsonaro representava, fugiu para Paris no momento mais crucial da democracia.
No fim, mesmo com grandes comícios de Haddad, Bolsonaro venceu a eleição com 55% dos votos contra 45% de Haddad. Afirmo que se fosse apoiado por Ciro Gomes e não fosse alvo de uma cruel campanha de fake news patrocinadas por bilionários, Haddad seria eleito.
Na hora de montar seu ministério, Bolsonaro foi influenciado pelo perigoso "filósofo" Olavo de Carvalho, nomeou para a economia o ultra-neoliberal Paulo Guedes e para a justiça o escolhido foi Sergio Moro, o algoz de Lula e maior responsável pela vitória de Bosonaro.
Seu primeiro ano de governo foi um completo desastre, com queimadas na amazônia, submissão total aos EUA, ataques a figuras respeitadíssimas, atritos com os outros líderes, ameaças e gafes.
Em novembro, Lula foi solto após o fim da prisão após condenação de segunda instancia.
Após esse breve resumo, chegamos em 2020, ano-pesadelo para o Brasil, a pandemia do coronavírus, já matou 120 mil brasileiro, o presidente ao invés de agir como os vizinhos argentinos, começa a atacar o necessário isolamento, condena o uso de mascaras, ameaça golpe, e inicia uma briga infantil com os governadores do nordeste e SP.
No meio de tudo isso, surge a demissão de Moro em 25 de Abril de 2020, o ex-ministro confirma que o presidente o pressionava para demitir o diretor-geral da PF, em busca de blindar o seu filho e família de qualquer investigação, após isso, o presidente e Moro se tornam inimigos e claros rivais para a próxima eleição.
Não podemos nos esquecer de Queiroz que por décadas foi laranja do clã e fez ligações com milícias cariocas.
Depois de tudo isso, o presidente da Câmara Rodrigo Maia, não coloca em pauta o impeachment, visando benefício pessoal, embora Bolsonaro claramente tenha construído um quórum mínimo para evitar o impedimento, o centrão hoje aliado do presidente poderia ceder as pressões populares, que não aconteceram.
E o mais surpreendente: Bolsonaro aparece liderando as pesquisas de reeleição.
Mas, será que isso é inevitável? Eu respondo que não.
Sobre as eleições de 2022, o tema central desse artigo:
Até agora, Bolsonaro aparece ganhando terreno no eleitorado de baixa renda, tudo isso devido ao auxílio-emergencial que ele com certeza irá tentar tomar posse em 2022, tal auxílio foi aprovado no congresso, uma conquista do PT para o povo brasileiro.
O atual mandatário também está inaugurando obras semi-concluídas nos governos de Dilma para passar a imagem de planejador futurista. Devido a isso, ele está com uma aprovação razoavelmente alta e confortável, mas não podemos dizer de maneira alguma que isso irá durar até 2022, falarei disso mais a frente.
Nesse parágrafo, falarei dos rivais de Bolsonaro. O principal deles é com certeza Lula, que está em uma verdadeira batalha para recuperar os seus direitos políticos, o que pode muito bem acontecer, o processo de suspeição de Moro corre na segunda turma do STF, com os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello as sentenças do Triplex e sítio serão anuladas. Outro forte candidato, será o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, queridinho da Rede Globo e do mercado, Moro se consolidaria entre a população de alta renda. Ciro Gomes tentará o eleitor nordestino de baixa e média renda, opositor da polarização. O atual governador de SP João Doria, muito provavelmente o candidato do PSDB, usará o seu estado como vitrine para um projeto nacional neo-liberal pró mercado.
Luciano Huck, outro sonho da Globo, caso seja candidato, se firmará como um progressista liberal, não é confiável para o povo, outros candidatos estão presentes também. Com isso muito provavelmente o cenário geral será esse:
Lula 30% dos votos.
Bolsonaro 30% dos votos.
Moro 20% dos votos.
Ciro Gomes 10% dos votos.
Huck 6% dos votos.
Doria 4% dos votos.
Os cenários podem variar, caso Lula não recupere seus direitos, Haddad ou outro candidato o substituirá e o resultado será semelhante.
O fator pandemia também será lembrado, os milhares de mortos estarão presentes nos debates e o presidente não fugirá deles.
Eu contesto as atuais pesquisas, até agora, IBOPE e Datafolha não fizeram seus levantamentos e não podemos esquecer que nenhum instituto atual teria a coragem de mostrar o verdadeiro potencial de Lula ou do PT.
Mas para derrotar Bolsonaro, será necessária a união, Ciro Gomes terá que demonstrar real apoio, PCdoB e PSOL deverão estar de mãos dadas em um segundo turno, advogo uma aliança na esquerda brasileira contra Bolsonaro.
Voltando a questão do auxílio e obras, tenho total certeza que na hora do jogo, a verdade prevalecerá, a atual população de baixa renda irá avaliar o desastre da atual gestão, os mortos cobrarão Bolsonaro. Com certeza teremos um segundo turno entre Lula ou PT contra Bolsonaro, e tenho certeza também que ele não receberá o apoio de nehuma força de centro ou golpista, Moro não seria louco de apoiar o atual mandatário. O Brasil então terá que decidir entre um programa de progresso, igualdade social e justiça ou um de medo, negação e raiva, será acirrado, é claro, talvez mais do que em 2014, talvez nem tanto, mas tenham consciência que o projeto maligno estará forte.
Para finalizar: Bolsonaro pode aparecer como favorito hoje, mas até lá chegara desconfortável, se a justiça for feita com Lula, em 2022 o país estará em uma encruzilhada.
Uma mensagem para todos os esperançosos: Não abaixem a cabeça, não desistam ou se abatam, jovens em 2022 façam a diferença, votem e realizem o necessário: A vitória do amor perante o ódio.
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