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O fator Alckmin


E o que parecia ser um balão de ensaio, tornou-se em realidade: Dia 3 de novembro, a experiente jornalista Monica Bergamo informou em sua coluna na Folha de São Paulo que lideranças do Partido dos Trabalhadores e do Partido Socialista Brasileiro tentavam sacramentar uma união eleitoral entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de SP Geraldo Alckmin nas eleições de 2022.


A maioria não levou a sério, de início foi visto como um sinal de Lula ao mercado financeiro e ao eleitorado de centro de que ele estava disposto a moderação e que o radicalismo não tomaria o tom da campanha petista. Porém o tempo passou e as conversas tomaram corpo e vida própria, ficou claro que o próprio Lula estava buscando a aliança. Logo depois, Alckmin se desfiliou do PSDB após 33 anos no partido que ajudou a fundar, a sorte estava lançada.


Mais recentemente, os 2 se encontraram sob aplausos no Jantar pela Democracia do Grupo Prerrogativas, que reuniu toda a classe política em São Paulo.

Aproximação bem encaminhada.


Avalio como positiva a possível chapa pelo seguinte motivo: Ela assustou os radicais.


O radicalismo, tanto de direita quanto de esquerda é algo que não leva a nada. Alckmin de vice irritou alas barulhentas do PSOL, PCB, PCO e PSTU, a falta de bom-senso desses setores é o motivo de toda a desgraça da esquerda, vivem de fantasias revolucionárias, sonhando com a gloria marxista, enquanto a população pobre passa fome. Lula sabe disso, nasceu no coração nordestino e fez parte da classe trabalhadora, é um pragmático, um conciliador moderado. Lula entende que o povo quer respostas sérias, uma resposta a tudo o que está aí, nesse momento o ex-presidente passa a trabalhar pela união de todas as forças democráticas contra a barbárie.


O 3° turno de uma eleição é governar e Alckmin seria importante para isso, uma garantia de que a responsabilidade econômica e o respeito entre os poderes serão a prioridade.


Alguns setores do próprio PT dizem que Alckmin seria um novo Temer, vice de Dilma Rousseff que ascendeu ao poder após o Golpe contra a presidenta. Esse tipo de análise é errônea porque a desestabilização de Dilma foi feita na economia por parte da Operação Lava Jato, Temer apenas colheu a oportunidade que caiu em seu colo. Alckmin na vice-presidência não seria ameaça ao governo Lula. O fato de Alckmin ter sido o adversário de Lula na eleição de 2006, que reelegeu o petista, também incomoda. O ex-presidente já deixou claro que irá ignorar as reclamações desses insensatos petistas.


A articulação em São Paulo e as demandas do PSB


O PSB nas negociações com Lula, assumiu a responsabilidade de filiar Alckmin desde que o PT em troca apoiasse as candidaturas socialistas em São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Acre e Espírito Santo. O PT demonstrou disposição de apoiar o PSB em todos os estados (Apesar de liderar pesquisas no Rio Grande do Sul), menos São Paulo.

O estado de São Paulo é o centro de toda tensão envolvendo a aliança, isso porque a saída de Alckmin da disputa é benéfica para o virtual candidato petista a governador, Fernando Haddad. Por outro lado, Marcio França (PSB) não tira o pé de sua candidatura ao governo do estado. Com o impasse na coligação, o PT-PE aprovou uma resolução em prol da candidatura do senador Humberto Costa ao governo de Pernambuco, casa do PSB. A candidatura de Humberto Costa não é real, e sim um jogo de pressão para o PSB ceder São Paulo para a candidatura de Haddad.

Felizmente, ambos os partidos têm um consenso: As pesquisas eleitorais realizadas nos próximos meses, definirão quem será o candidato em SP., com o desfavorecido concorrendo ao senado ou em outra função. O DataFolha mostra Haddad liderando isolado no cenário sem Alckmin, com França em 2° lugar. O candidato do PSB lidera apenas quando Alckmin e Haddad estão fora. Caso fosse feito uma sondagem sem Alckmin e França, veríamos Haddad em uma liderança inédita.

A chance real do PT governar São Paulo e o Brasil ao mesmo tempo é única em toda nossa história, todas as responsabilidades devem ser tomadas para concretizar a chapa com Geraldo Alckmin.



Para finalizar:


Esse é o último artigo que escrevo em 2021, um ano de vitórias da verdade e da justiça, ano em que o desgoverno Bolsonaro foi desmascarado com a CPI da COVID-19, ano em que a farsa de Sergio Moro caiu, ano em que a luz foi restabelecida sobre o cenário político e que termina com o fortalecimento do Partido dos Trabalhadores.

Desejo para vocês os meus melhores votos de ano novo e um excelente 2022, com Lula presidente.



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