O primeiro turno das eleições municipais trouxe uma grande surpresa: Guilherme Boulos, o candidato do PSOL conseguiu tornar forte uma candidatura sem recursos partidários e teve a capacidade de unir o campo progressista em torno de seu nome.
Em 2018, Boulos era visto como um bárbaro, o lobo capaz de devorar a vovó, nesse ano ele se conectou com a classe média, moderou as falas e iniciou diálogos além da esquerda.
Suas dificuldades não acabaram, a campanha teve apenas 17 segundos na TV e a imagem de invasor de propriedade privada continuou assombrando. Boulos articulou uma campanha totalmente virtual, atingiu todas camadas da população e teve como vice Luiza Erundina, a melhor prefeita de São Paulo.
Na apuração ele surpreendeu, chegou no segundo turno ultrapassando nomes experientes como Márcio França, Celso Russomano, Andrea Matarazzo e Jilmar Tatto.
Ainda faltam 7 dias para o segundo turno, Boulos enfrenta a maquina do tucano Bruno Covas que é auxiliado pelo governo estadual.
O maior feito do candidato (até agora) foi unir todo o campo progressista em torno de seu nome, em apenas um horário eleitoral ele recebeu vídeos de Lula, Ciro, Flávio Dino e Marina Silva. Uma união desses nomes seria impossível alguns tempos atrás, mas a defesa da democracia os uniu em torno de um ideal comum.
As lições de Boulos:
Boulos ensina para toda oposição que a união é vitoriosa, hoje ele enfrenta o PSDB cara a cara na capital, e os reflexos disso para 2022 são notórios, para derrotar Bolsonaro precisa o campo progressista se unir (no mínimo no segundo turno).
Ele nos mostra que hoje o tempo na TV não é nada, as redes sociais dominam o cenário atual e precisam ser controladas caso alguém tenha algum interesse eleitoral, o PT precisa urgentemente renovar a comunicação digital, caso contrario será engolido pelo PSOL até 2030.
Comments