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O dia depois das eleições

Esquerda brasileira é derrotada, mas não perdeu a guerra.



Guerra até 2022


A esquerda brasileira foi de fato a grande derrotada da noite de ontem, diversas apostas fracassaram e o quadro piora.

Isso não significa que está tudo perdido para 2022, nesse artigo vou analisar os resultados do domingo e traçar caminhos para próxima eleição.


O bolsonarismo já tinha perdido no primeiro turno, as esquerdas foram contra a centro-direita com força e garra contando com uma militância determinada. Perderam.

A velha maquina, as Fake News e conchavos imperaram.


Em Porto Alegre Manuela D´Ávila (PCdoB) foi derrotada de forma triste, ela tinha feito uma bela campanha de esperança, amor e responsabilidade. Perdeu devido a uma série de ataques machista contra sua figura, foi vítima de uma orquestrada dizimação de notícias falsas ao seu nome e integridade, a Band noticiou uma pesquisa falsa que a dava como derrotada.

É inviável negar que esses fatores contribuíram para a derrota.


No maior colégio eleitoral do país: São Paulo, o candidato Guilherme Boulos (PSOL) conseguiu com uma campanha totalmente virtual chegar no segundo turno ao lado da lendária Luiza Erundina. Na segunda etapa eles uniram toda a esquerda ao redor da candidatura, mas perderam para a maquina municipal do prefeito Bruno Covas (PSDB) auxiliada pelo governo estadual, a campanha de Covas foi flagrada comprando votos com cestas básicas, as autoridades eleitorais não tomarão nenhuma medida, o TSE é cumplice!


Ainda assim, Manuela e Boulos surgem como influentes atores no cenário nacional com grande capacidade de mobilização físicas ou digitais nos próximos pleitos.

Derrotas eleitorais podem ser vitórias políticas.



Boulos e Manuela surgem como importantes atores nacionais


Sem duvida quem ganhou foi a centro-direita, o Rio de Janeiro é exemplo disso: Lá o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) foi vitorioso sobre a barbárie de Crivella (Republicanos). Por falar em DEM, Rodrigo Maia é o grande vencedor do pleito, ele e seu grupo saíram vitoriosos na maioria das capitais. O presidente da câmara toma a batuta da maior parte do centrão e a escolha do candidato de terceira via para 2022 agora está seguramente em suas mãos, Maia também se consolida como favorito para continuar no comando da câmara.


O governador de São Paulo João Doria (PSDB) também colheu a vitória quando acompanhou Covas no discurso de vitória, o tucano fica mais perto de se fixar como rival direto de Bolsonaro e como candidato forte em 2022, o único obstáculo é a falta de popularidade no estado, que pode ser facilmente revertida nos próximos dois anos.


A chamada terceira via de fato se forma para 2022, com chances muito mais ampliadas do que antes das eleições municipais.



Maia e Doria: Os grandes vencedores da eleição


O PT sofreu derrotas duras, suas grandes apostas João Coser e Marília Arraes perderam, a perda em Recife foi a mais sentida, a sigla apostava tudo em Arraes para impedir a vitória do PSB, Marília fez uma bonita campanha com a imagem de Lula, mas a maquina de João Campos propagou noticias falsas e ataques pessoais repugnantes.

Coser perdeu em vitória, o ex-prefeito foi derrotado pelo novato Pasolini (PODE) na única vitória Bolsonarista de ontem.

A sigla ficou sem nenhuma capital.

O partido de Lula precisa URGENTEMENTE se renovar e ampliar a força nas redes sociais se quiser sobreviver no dia que Lula partir (que esse dia esteja longe!), a sigla tem a necessidade de se desburocratizar e se aproximar da base e raízes. Caso isso não aconteça, até 2030 o PSOL irá engolir o PT. É preciso encontrar um discurso de unidade popular e paz.

O partido também praticamente anulou a chance de atrair muitas siglas de esquerda a sua orbita em 2022.

A candidatura de Luizianne em Fortaleza se mostrou equivocada, no campo nacional o PT se distancia do PDT, caso tivesse apoiado Sarto (vitorioso) contra o bolsonarista Wagner (PROS) já no primeiro turno, as relações partidárias estariam melhores.

Por fim, o partido precisa fazer autocritica dos erros cometidos, não relacionados a corrupção e sim a economia, é evidente que a saída de Dilma foi um golpe mas descartar nossos erros monetários enquanto no governo é irresponsável.


A vitória de Edmilson Rodrigues (PSOL) em Belém mostra o quanto a unidade do campo progressista pode ser vitoriosa, com a união a vitória tem mais chances de acontecer.

Isso hoje é improvável, mesmo com o PT começando a ter boa vontade, Carlos Siqueira do PSB erroneamente recusa, ele leva o PDT com ele.


É difícil desenhar 2022 hoje, até porque em 2021 Bolsonaro estará com sua popularidade provavelmente em declínio com a alta do desemprego, será necessário observar os movimentos da centro-direita em busca da terceira via.

Caso Lula continue inelegível, a esquerda estará em uma situação perigosa, com a ascensão do centro ela pode ficar de fora do segundo turno (principalmente dividida!), a melhor opção da esquerda é esperar que o ex-presidente recupere seus direitos políticos e lançar Lula 2022.


Está tudo indefinido, até agora só existe uma certeza: 2022 começa hoje.





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