Surgiu um boato nos últimos dias, de que o Supremo Tribunal Federal estaria planejando um novo golpe contra o ex-presidente Lula: Decretar a suspeição de Moro no caso do Tríplex do Guarujá, porém ignorar o caso do Sítio de Atibaia, não restituindo assim os direitos políticos do ex-presidente, deixando-o fora das eleições de 2022.
A principal sustentação dessa tese seria de que devido ao fato da condenação dos ex-presidente ter sido decretada pela juíza Gabriela Hardt, as ações de Moro não seriam consideradas relevantes.
Posso tranquilamente dizer que essa hipótese caso aceita, envergonharia totalmente o judiciário brasileiro, porque embora a sentença tenha sido escrita por Hardt, a maior parte do processo foi conduzida por Moro, desde o recebimento da denúncia, depoimentos, testemunhas e delações. No direito penal, a suspeição de um juiz é relacionada a um réu e não a um caso especifico, chamamos isso de "Teoria da maçã envenenada", um juiz suspeito sempre dará frutos suspeitos.
Vale lembrar que a magistrada Hardt tem uma sentença questionável, são visíveis diversos erros na decisão, ela se refere ao sítio como apartamento e muitos outros trechos da sentença de Moro são visíveis.
No plano dos golpistas, a suspeição no caso do sítio só seria julgada após a eleição de 2022, deixando o ex-presidente de fora do jogo eleitoral.
Acatar esse tipo de opção seria uma vergonha internacional para o judiciário brasileiro, um desrespeito a constituição e maldade pessoal contra o chefe de Estado mais respeitado da nossa história.
Caso acatem, deveremos lutar e nos mobilizar incansavelmente para o STF apressar a suspeição no caso do sítio, usando como argumento que o caso envolve um clima político que pode mudar completamente os rumos nacionais.
O que leva então os ministros do STF flertarem com essa barbárie jurídica? A pressão constante dos setores reacionários das forças armadas, grande mídia e elite econômica, que não aceitam de jeito nenhum a possibilidade de Lula participar do próximo processo eleitoral. Infelizmente Lula achou que esses setores aceitariam suas políticas de distribuição de renda e inclusão social, se enganou. As elites do atraso não aceitam um mínimo acesso popular ao espaço social que elas reivindicam como donas: hospitais, aeroportos, universidades e ambientes profissionais.
Com 2 anos de Bolsonaro, o ódio de classe incrivelmente predomina, Lula apavora os poderosos.
Como impedir isso?
Nos mobilizando, fazendo pressão para a justiça ser feita e dialogando com a sociedade para o Supremo se libertar das mãos golpistas.
Precisamos agir em defesa da soberania nacional, constituição e do direito do povo eleger seu mais destacado líder.
Haddad
Em entrevista ao canal 247, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad admitiu que Lula o convocou para "colocar o bloco na rua", segundo ele não podemos esperar o STF decidir sobre Lula, temos que construir um dialogo com o povo para apresentar nosso projeto.
Posso afirmar que a jogada de Lula foi corretíssima, ao escalar Haddad, ele forçou a grande mídia a visualiza-los e largou com muita vantagem em relação aos potenciais candidatos, devido ao recall de Haddad e a simpatia popular de Lula.
A política de Frente Ampla (uma ideia ultrapassada) se enfureceu, com Haddad no jogo, os candidatos dele ficam em desvantagem, principalmente devido a falta de contato com a sociedade e a descrença da população nos partidos de centro-direita, que hoje tentam posar de democratas.
A esquerda antipetista (composta pelo PSB e setores do PSOL) também ficou descontente, eles afirmam cinicamente que uma candidatura do PT iria favorecer Bolsonaro.
As críticas a Haddad são ridículas, uma candidatura dele é totalmente viável eleitoralmente, por ser um moderado intelectual com respeitável formação acadêmica, ele poderia convencer a sociedade a abraçar seu plano de governo e fazer as pessoas despolitizadas entenderem as injustiças contra Lula.
O apoio de Lula seria outro ponto forte para Haddad, em 2018 o ex-prefeito teve 45% dos votos com Lula preso, em liberdade o ex-presidente poderia turbinar muito apoio durante a campanha rosto a rosto.
Em um debate, nem preciso dizer que Haddad humilharia o atual presidente, que não poderia apelar ao preconceito, fake news e antipetismo.
Por isso mesmo que defender o bloco na rua e essencial hoje, para começarmos o programa de oposição popular necessário hoje no país.
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