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Frente Ampla, Frente de Esquerda e a hegemonia do PT


Muito se fala sobre uma criação de uma frente ampla ou de esquerda para combater a escalada autoritária do governo Bolsonaro, porém existem muitas divergências e conflitos envolvendo essas hipóteses. Nesse artigo traçarei um pensamento e chegarei a minha conclusão final sobre o tema.


Para começar, precisamos definir que tipo de movimento queremos, um simples gesto de repudio a Bolsonaro seria humilhante e ridículo, vale lembrar que diversas figuras que se proclamam democratas já se opuseram ao impeachment do atual mandatário, alguns exemplos: Fernando Henrique Cardoso, Rodrigo Maia e Luciano Huck, essas personalidades também tem responsabilidade no golpe parlamentar de 2016 e na atuação de Sergio Moro como Carrasco/executor de Curitiba.

Porém não podemos nos esquecer que tais forças são fundamentais no jogo político/partidário e não podem simplesmente serem descartadas.

Outro problema é a falta de confronto das recém formadas "frentes amplas", o movimento Direitos Já! Por exemplo não lembra as Diretas, não convoca o povo a ir as ruas, não fala em impeachment de Bolsonaro, não fala em defender a classe trabalhadora e outras bandeiras fundamentais.


Com isso podemos falar em uma frente exclusivamente de esquerda, abrangendo partidos como PT, PSB, PDT, PSOL e PCdoB, com lideranças nacionais por exemplo: Lula, Ciro, Haddad, Freixo, Requião, Dino, Boulos etc. Mas essa Frente de esquerda contra Bolsonaro seria inviável por simplesmente dois motivos: A má vontade da mídia brasileira com os setores progressistas e a falta de dialogo com toda a sociedade brasileira, uma frente apenas de esquerda não permitiria isso, cometeríamos o mesmo erro de 2018 e perderíamos 2022 não importa o candidato, sendo Haddad, Ciro ou Dino.


Antes de voltar a Frente Ampla, tenho que falar da busca por protagonismo irresponsável do PT: A legenda é de fato a maior da América Latina e sempre foi alvo de críticas forçadas e calunias por parte da mídia, principalmente nos últimos 7 anos, também teve sua maior liderança presa em uma farsa jurídica sem precedentes, mas, em um momento nacional como esse não pode simplesmente virar a cara e andar isolada, talvez o PT sofra uma derrota memorável esse ano e isso poderia ter sido evitado, o arco de alianças acabou estreito de mais, a sigla virou a cara para aqueles que apoiaram a libertação de Lula, como Carlos Lupi do PDT, é claro que as críticas dos outros setores da esquerda como o PSB sejam pesadas e desnecessárias até, porém tem fundamentos.

Em São Paulo a chance de vitória é nula, em Belo Horizonte e Espirito Santo o partido está de fora como "player", no ABC não empolga. As esperanças estão em Recife e Rio de Janeiro, mas nada garantido. A sigla corretamente apoia Manuella D'Ávila em Porto Alegre.

Concluindo essa paragrafo: O PT precisa e deve dar as mãos para seus primos partidários, precisa parar de dar passos maiores que as pernas e dialogar corretamente com a sociedade Brasileira e com todos os setores políticos.


Voltando a Frente Ampla para finalizar o artigo: A Frente Ampla é certeira e mais do que necessária, mas, deve moldar um face única, uma face de oposição, uma face que defenda os trabalhadores e uma face que defenda claramente o impeachment de Bolsonaro.

Já a esquerda não deve observar isso como uma traição, não, isso seria um novo caminho, eu pessoalmente considero Roberto Freire um arrogante cheio de si, Rodrigo Maia perigoso e Marina Silva uma ineficaz, mas estou completamente disposto a caminhar e subir em palanques com eles e a esquerda também se deve colocar a disposição. Mesmo com a aliança com a centro-direita, a esquerda não deve abandonar suas bandeiras-chaves, como o combate ao racismo, a defesa dos sem-terra e também a anulação de todos os processos contra Lula.

Apenas uma verdadeira frente seria eficaz para dialogar com todos os setores, incluindo os que hoje apoiam Bolsonaro.

A frente é política e não eleitoral, ela representa uma mobilização popular em relação aos desmontes contra a democracia e o Estado de Direito, eleitoralmente falando todos podem ser candidatos: Doria, Ciro, Huck, Dino e Lula, mas a partir do momento em que alguns desses for escolhido pelas urnas para enfrentar o atual governo, então todos os outros deverão deixar as diferenças de lado e apoiar incondicionalmente o candidato.

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